Sunday, July 13, 2014

Sonhos de Um Coração

Sonhos de Um Coração

Me faltam palavras,
E traduzir o que sinto com a clareza e perfeição merecida
Somente com música, poesia e pura inspiração.
E heis que de teus olhos faço surgir uma canção

O ritmo é suave como brisa de tarde,
Tardes de primavera
Vem ditado pelo perfume silvestre
E marcado pela presença das flores preparando a chegada do verão.

A melodia é meiga e pura
Feita de cantar de pássaros anunciando o amanhecer,
Acariciando a lua em seu partir
E dando força ao sol para aparecer.

A harmonia é como uma réplica das águas de mar
Levando as velas, trazendo saudades...
Colecionando conchas na areia, refletindo o luar com perfeição
E marcando o ritmo forte de um coração

As rimas, as palavras, a linguagem
Tudo tem simplicidade de criança
Ternura e meiguice de sorrisos
E cores de tardes de verão
E para título não usarei saudades,
Nem mencionarei solidão
A chamarei de sonhos, sonhos de um coração.


Thursday, June 26, 2014

Eu apenas queria que soubesse

Eu apenas queria que soubesse
(Re-escrevendo Gonzaguinha do meu Jeito)

Suas novas alegrias trazem o mesmo terno e meigo sorriso
Mas de novas fontes, de estradas antes nunca percorridas.
Se um dia a poeira te afogava, agora denuncia seu trajeto pra depois cobrir suas pegadas. 
Impossível te seguir.
Se um dia a lama te prendia, agora abre desvios e descobertas novas.
Impossível te alcançar.
Se tornou mulher sem nunca deixar de ser menina, esbanjando força, delicadeza, o simples da beleza
Impossível te ignorar.
Te descobri entre sorrisos e olhares. Vida entre cantos e entre mares.
Impossível não te amar.


Escrito após ler a canção do Gonzaguinha de mesmo nome

Wednesday, June 25, 2014

Pelo Descobrir dos Encantos

Pelo Descobrir dos Encantos

Como reprimir o brotar da flor
Se a força vem das raízes que permeiam e se alimentam do amor
À custa de tempo, de paciência, de fervor

Como permitir que duas linhas se encontrem
Entre o emaranhado de tantas
E reconhecer esses encontros
Que na superfície se confundem com desencontros tontos

Como permitir que nossas verdades se unam
Que nossas vontades se abastam
E se alimentem dos vazios parcos, dos enganos e dores
Fortalecendo o brotar das flores

Como reconhecer o brotar da flor
Se confundimos o emaranhado das raízes, o permear das linhas
O encontrar das cores
Ah, nossos olhos parcos ainda não entendem os amores

Tuesday, May 20, 2014

Dois Toureiros - contada por Geraldo Batista

Uma simples lembrança de um Tio que partiu.

Neste domingo ele nos deixou. Eu o visitei há poucos dias, ele calado, com olhar distante mas consciente e seguro, eu comovido pelo amor e carinho que o cercava.   De tantas lembranças desde minha infância quando eu fugia para sua casa, me lembro das estórias que ele contava e eu confrontava os detalhes com as de minha mãe. Como a de um boi carreiro na descida do morro caiapó que segurou um carro carregado sozinho depois das cangas quebrarem e não deixou que um acidente horrível acontecesse que levaria a vida de toda uma família.
Uma trova que ele repetia sempre me marcou tanto que até a cantei um dia, e consegui que meus amigos a traduzisse para alguns idiomas anos atrás.

Segue a estória do Tio Geraldinho.
Era assim:
Dois toureiros amavam a mesma mulher.  A mesma mulher amava os dois toureiros.  Primeiro toureiro saca da espada, lutaram, lutaram, pensou que morreu?  Não, não.  Vou contar a estória de novo. Dois toureiros amavam a mesma mulher. A mesma mulher...

Versão em Espanhol - Spanish version
Dos toreros amaban a la misma mujer.  La misma mujer amaba a los dos toreros.  El primer torero saco su espada y lucharon, y lucharon, y lucharon.  ¿Pensaste que murió?.  No, no, no. Voy a contarte mi historia de nuevo.  Dos toreros amaban a la misma mujer.  La misma mujer amaba ...

Versão em Inglês - English version
Two bull-fighters were in love with the same woman.  The same woman was in love with the bull-fighters.  The first bull-fighter drew his sword, and they fought, and they fought, and they fought.  Do you think one them died? No, no, no.  I am going to tell you the story again. Two bull-fighters were in love with the same woman.  The same woman...

Versão em Alemão - German version
Zwei Stierkämpfer liebten die selbe Frau.  Die selbe Frau liebte die zwei Stierkämpfer.  Der erste Stierkämpfer zog sein Schwert und dann kämften sie, und sie kämpften, und sie kämpften. Glaubst Du, daβ einer von ihnen starb? Nein, nein, nein, nein. Ich werde Dir die Geschichte noch einmal erzählen.  Zwei Stierkämpfer liebten die selbe Frau.  Die selbe Frau liebte ....

Versão em Francês - French version
Deux combattants-taureaux étaient amoureux de la même femme.  Cette même femme etait amoureuse des deux combattants-taureaux.  Le premier combattant retira son épée et ils se battèrent, et ils se battèrent, et ils se battèrent.  Pensez-vous que l'un d'eux succomba? Non, non, non. Je vais vous raconter mon histoire encore une fois.  Deux combattants-taureaux étaient amoureux de la même femme.  Cette même femme ....

Versão em Italiano - Versione Italiana - Italian version
Due toreri amavano la stessa donna.  La stessa donna amava i due toreri.  Il primo torero sfodero' la sua spada e combatte', combatte', combatte'.  Credete che uno di loro mori'?  No, no, no.  Ti raccontero' la storia di nuovo.  Due toreri amavano la stessa donna.  La stessa donna amava ...

Quando a cantei foi assim:
Dois tamoios amavam a mesma india. A mesma india amava os dois tamoios.  Primeiro tamoio sacou sua flexa e lutaram e lutaram e lançaram e lançaram, lá no Xingu se encontraram e pensou que morreu? Não, Não. Vou contar a estoria de novo.  Dois tamoios amavam a mesma india.....

A benção Tio Geraldinho.

Monday, March 17, 2014

Obsidente

Obsidente

Obeso obstáculo
Obscuro, obsoleto
Obstinadamente obsceno
Obus obliterador
Obra de oblação
Ou obste, óbolo
Objeto ou óbice
Obstruidor obtuso
Oblíquo, obísio
Obcecado, objurgado
Obera e obsecra
Obedece obséquias
Ora um óbvio óbito

Saturday, March 8, 2014

Dia Internacional da Mulher / International Women's Day

A todas mulheres.

Uma ironia talvez, mas hoje não se celebra somente o dia das mães, ou o dia da feminista, ou o dia tradicionalista de uma ou qualquer cultura. Não é o dia que se celebra a liberdade sexual da mulher, ou a igualdade professional ou de seus direitos em qualquer sociedade, simplesmente porque nada disso ainda existe em plenitude. Revendo as mensagens do dia, vejo a disparidade de sentimentos, há revoltas como há celebrações, há esperanças como há desespero, há recusas como há promessas. 
Sem distinção entre raça, nacionalidade, fé ou crenças, preferencial sexual,  classe social, méritos, dificuldades nem deficiências, todas as mulheres superam suas diferenças e se unem em um objetivo.  É na diversidade que está a força desse movimento, uma luta conjunta onde mesmo mulheres de visões opostas se unem para apoiar umas às outras.  Que a celebração do dia Internacional da Mulher, hoje ainda um alerta ou um grito e uma luta, alcance um dia, a sua plenitude, e se torne uma celebração da total igualdade e liberdade.


To all Women

An irony maybe, but we don’t commemorate today only the mother’s day, or the feminists’ day, or the day for any traditionalist female role of any culture.  It is not a day do celebrate women’s sexual freedom, career equality or equal rights in any given society, simply because these still don’t fully exist. Reviewing some of today’s messages, I see disparity of feelings, revolts as well as celebrations, hope as well as desperation, refusals and promises. 

Without making a distinction of race, nationality, faith or belief, sexual preferences, social classes, merits, difficulties or deficiencies, all women shall overcome their differences and unify themselves with a sole common objective.  It is in the adversity that lays the strength for this movement, a unified fight where all women even those with opposing views and beliefs join forces to support one another.  May the movement of the International Women’s Day, today still a far cry, an alert and plea, reach its plenitude and become a true celebration of total equality and freedom.

Sobre Rosas e Espinhos

Sobre Rosas e Espinhos


Uma vez falei de anjos e nuvens
De amor e saudade
De vales e arco-íris
Hoje falo somente de rosas e espinhos

Um dia pensei que seria um anjo
Que poderia ser amado
Que poderia ser livre
Hoje penso o quanto pensei em mim

Já me senti quase eterno
E ao mesmo tempo efêmero
E até mesmo completo
Hoje sinto o quanto estive errado

Já sonhei que era um pássaro
Ou quase uma canção
E alcançava além do horizonte
Hoje sei o quanto estive perdido

De anjos e pássaros, de sonhos e pensamentos
De ambos, amor eterno e efêmera liberdade
Ou efêmero amor e eterna solidão
Mas sempre penso em rosas,
Rosas brancas sem perfume em vão

Of Roses and Thorns

Of Roses and Thorns


Once I wrote of angels and clouds
Of love and solitude
Of mountains and sunsets
Today, I write of roses and thorns

Once I thought I could be an angel
That I could be loved
That I could be free
Today, I simply think of me

Once I felt I could be eternal
Yet that I could be ephemeral
That I could be beautiful
Today, I feel I can be lost

Once I dreamed I was a bird
That I could almost be a song
That I could reach the horizon
Today, I realize I am wrong

Of angels and birds, of dreams and thoughts
Of both, eternal love and ephemeral freedom
Or ephemeral love and eternal loneliness
But I’ll think always of roses.
Thorny whites roses and solitude.

Soneto da Saudade

Soneto da Saudade

Palavras, rimas e um sentimento
Brotam fundo em meu peito alento
Rebuscando n'alma um fervor intenso
Que se exalam ao soprar do vento

E pois, ainda que o amor por ti exista
Vivo, não porque a saudade aperta
Canto, e gozo e muito mais me resta
Ante tua falta ‘inda em’mim solícita

Não encontro tempo para ser ardil
Nem permito espaço pra que sintas pena
Vivo, canto, e ignoro o cio

E ainda rio, como ri o mundo
Como um infusado que estivesse em cena
Imerso sim, mas jamais ao fundo.

O Homem

O Homem

Ontem:
Primitivo e feliz

Hoje:
Evoluído e retrógrado
Inteligente e inútil
Forte e auto-destrutivo.

Amanhã:
Extinto...

Monday, February 10, 2014

To a not so old lady

Dear ...

If I may ask, please define an old lady. 

In the process don't use words that refer to age and don't count years. Anyone can do that, but that levels people in a very limiting way.  If we divide people by age, you can put 99% of the world's population in about 100 buckets, one for each year, and I would end up in a bucket with a lot of people I don't have anything in common, and probably you too. The old lady's bucket is full for sure but I don't see you in there.  Let's look for other buckets and find one you fit in.  I see buckets of happy people, intelligent, beautiful, successful and many others - and I see you fitting in several of them.


Let's count how many times in your life you turned around while dancing, how many times you laughed with friends, or laughed alone. How many times you jumped up and down celebrating an accomplishment. How many times you made others happy. If you can tell me a final count, perhaps the old lady's bucket is your place. But if you tell me, and I think you will, that you are not done counting, that you are still dancing, that you still jump up and down, then I say that buckets are not for you. You are active, lively, happy, successful, beautiful and that is what really matters. 

Have a wonderful birthday!


(Written in July/2012 to a young and beautiful friend who thought of her as an old lady)